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O júri qualifica a sua poesia como “a mais machadiana da geração dos anos cinquenta”
A poetisa Francisca Aguirre (Alicante, 1930) é a mais recente galardoada com o Prémio Nacional de Literatura Espanhola. O Ministério da Cultura é quem premia toda uma obra, toda uma vida dedicada à poesia. Aguirre, que já ganhou o Prêmio Nacional de Poesia em 2011, fez da poesia uma forma de perceber o mundo e refletir a vida de toda uma geração marcada pela história recente da Espanha.
O júri o coloca entre “desolação e clarividência” e entre “lucidez e dor”. Alguns de seus livros, como Pavana da Inquietação (1999) ou a ferida absurda (2006), mostram essa inclinação para contar a história por meio de poemas. Alguns versos marcados pela memória da ditadura, de um pai baleado e da própria fuga para a França ainda muito jovem.
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«A minha família não tinha um tostão, mas gostava de música. E aí veio o dom da palavra, que é o contato com os outros e com a matéria do poema”, lembrou ontem. “Sem a palavra, seríamos animais estúpidos, muito mais do que somos agora”, disse ele. “Gosto que as pessoas gostem do que escrevo”, reconheceu o autor. Ela lembrou “muito” do falecido marido, o poeta Félix Grande, mas dedicou o prêmio à filha Guadalupe, que está viva e passa bem.
Este prémio premeia a dedicação e a perseverança de quem dedicou a sua vida à palavra, para captar em versos a sua forma de olhar o mundo.
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